sábado, fevereiro 25, 2006

Vamos lá contar as armas
tu e eu, de braço dado
nesta estrada meio deserta
não sabemos quanto tempo as tréguas vão durar...

há vitórias e derrotas
apontadas em silêncio

no diário imaginário
onde empilhamos as razões para lutar!

Repreendo os meus fantasmas
ao virar de cada esquina

por espantarem a inocência
quantas vezes te odiei com medo de te amar...

vejo o fundo da garrafa
acendo mais outro cigarro
tudo serve de cinzeiro
quando os deuses brincam é para magoar!

Vamos enganar o tempo
saltar para o primeiro combóio
que arrancar da mais próxima estação!
Para quê fazer projectos
quando sai tudo ao contrário?
Pode ser que, por milagre,
troquemos as voltas aos deuses

Entre o caos e o conflito
a vontade e a desordem
não podemos ver ao longe
e corremos sempre o risco de ir longe demais

somos meros transeuntes
no passeio dos prodígios
somos só sobreviventes
com carimbos falsos nas credenciais

Vamos enganar o tempo...

domingo, fevereiro 19, 2006

Não podia concordar mais

"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas.
Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la.
Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível.
A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber.
Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona
de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali
mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.
Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.
Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de
telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se
apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao
mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa,
o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida
inteira. E valê-la também."

MEC

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Quem és tu de novo?


Quem És Tu, de Novo

Quando a janela se fecha e se transforma num ovo
Ou se desfaz em estilhaços de céu azul e magenta
E o meu olhar tem razões que o coração não frequenta
Por favor diz-me quem és tu, de novo?

Quando o teu cheiro me leva às esquinas do vislumbre
E toda a verdade em ti é coisa incerta e tão vasta
Quem sou eu para negar que a tua presença me arrasta?
Quem és tu, na imensidão do deslumbre?

As redes são passageiras, as arquitecturas da fuga
De toda a água que corre, de todo o vento que passa
Quando uma teia se rasga ergo à lua a minha taça
E vejo nascer no espelho mais uma ruga

Quando o tecto se escancara e se confunde com a lua
A apontar-me o caminho melhor do que qualquer estrela
Ninguém me faz duvidar que foste sempre a mais bela
Por favor, diz-me que és alguém, de novo?

Quando a janela se fecha e se transforma num ovo
Ou se desfaz em estilhaços de céu azul e magenta
E o meu olhar tem razões que o coração não frequenta
Por favor diz-me quem és tu, de novo?

Jorge Palma

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

O centro

Escrevo o que penso, não penso ou penso a correr, que a vida é suja cheia de poluição, cheia de muita coisa que não presta, mas não é so disso de que é composta isto a que chamamos vida, a vida começa quando quisermos, quando nos lembrarmos que a vida e feita de gente poluente ou não, mas é de gente, é de defeitos, é de utilidades, futilidaes, mas é feita, ou assim tem que ser.
Todos os dias descobre-se tanta coisa boa má util, acessório, mas esta lá fica, cá no pensamento, mas é isso que vale, é a aprendizagem constante, é o falhar, não falhar, mas falhar e normal, é humano, o problema esta é em repetir o falhanço, a vida e feita de textos sem nexo como ste mas a vida não é ela um conjunto de pessoas, palavras que nem sempre fazem sentido?
Mas o que és tu afinal o centro não és de certeza o teu talvez mas é assim mesmo se não cuidarmos de nós quem cuida, quem se centra por nós?
Hoje estamos mais egoistas mas não e mais do que um preço a pagar pelo que nos transformámos e as consequências do que fazemos pagam-se caro ou nem sempre.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

simplesmente...


Another child is born
Another race is won
Another dream is shattered
Another day has begun

This world is still afloat
No not in Noah's boat
We've only lost the vision
Of the stars we're meant to be

Another broken heart
Another lesson learnt
Another harvest eaten
Another night is gone
A new day's begun
Even your dreams they can be real

This world is still afloat
No not in Noah's boat
We've only lost the vision
Of the stars we're meant to be

This world is still afloat
No not in Noah's boat
We've only lost the vision
Of the stars we're meant to be

This world is full of love
We still have hope
This world is full of love
We still have hope
This world is full of love
We still have hope
This world is full of love
We still have hope
This world is full of love
We still have hope
This world is full of love
We still have hope

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Agarrar


O homem olha para o céu, quer agarrar ou afastar o céu a vida, a morte mas esta não o quer, ele quer agarrar-se de novo à vida, explorar o amor, vive-lo, senti-lo, talvez vê-lo morrer, mas a vida também não o quer o azul, o negro da morte, tudo o rodeia, o vermelho de um sangue e a vírgula entre o saber e a ignorância.
O que o homem quer e talvez a luz a mulher, a fortuna, a sabedoria, a enumeração de tudo o que é belo, ou a sua beleza de volta exterior e interior mas o que quer ele afinal? Falar sozinho em virtude de uma ou mais amizades perdidas talvez conhecer outras gentes outros paraísos outros infernos ou todas as antíteses que existem lá fora cá dentro todos os pedaços do puzzle que é a vida a morte e o amor...

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Memórias

É uma da manhã, o estudo por hoje acabou mas o meu pensamento neste momento está em ti e no que tenho de ti escrito nos últimos tempos, e como tenho saudades tuas minha se é que ainda te posso chamar de amiga
Hoje encontrei uma amiga que tivemos em comum e recordamos o verão em que te conheci, em que desenvolvemos aquela coisa chamada de cumplicidade que não mais senti em relação a ninguém, no entanto continuo a ter saudades dos risos, das situações escabrosas...


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