sexta-feira, janeiro 13, 2006

Ilógico? Viável ? O que é?

Portugal é difícil de explicar, é um pedaço de terra contraditório sem sentido a querer dizer para si mesmo que é tão bom como a Europa, afirmando para isso que é plantado à beira mar, que é um cantinho do céu e acolhedor, que tem uma língua bonita e que não é, de modo algum, uma província de Espanha, mas que tem a noção de que por dentro está triste, desesperado e sem esperança.
O Portugal do passado era influente sabia o que queria, dominava por dentro e por fora um mundo que tinha como só seu e que era o grande objectivo, mas hoje Portugal cinge-se talvez a um país virado para o litoral, com grandes obras mas sem grandes significados, com uma cultura indefinida, com uma crise de identidade e transversal a uma sociedade fracturada mas eufórica com o agora, com ideias de presente e poucas relativamente ao futuro, cujo pensamento resume-se a um nada que é o tudo para a minoria que ainda nele ousam pensar.
O Portugal de hoje orgulha-se em ser reduzido interna e exteriormente a 10 estádios de futebol, um parque imobiliário no sítio da Expo 98, uma Casa da Música cujo som é inexistente, a 3 grandes clubes, a um treinador mundialmente reconhecido, a juntar-se-lhe meia dúzia de jogadores, assim como tendo um compatriota a presidir a Europa.

Mas será só isto a que se reduz Portugal de hoje? Então o que é feito de uma hospitalidade única numa Europa habituada a recordar Amália e Eusébio, assim como quem recorda Edith Piaf ou George Best? Onde está o orgulho de uma revolta em que se depositou tanta esperança e emoções?

… Onde pára Portugal?

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