quinta-feira, janeiro 20, 2005

Culpa Desculpada

Um destes dias calhou-me em mãos em parceria com uma amiga e colega um trabalho para uma cadeira da faculdade, sendo este muito interessante e aliciante não só pela temática bem como a discussão que poderia suscitar.
Ora é precisamente sobre um esse trabalho e seus resultados que pretendo aqui dar uma opinião e talvez reflectir sobre algumas das conclusões dele retiradas.
Este projecto consistia resumidamente em tentar averiguar até que ponto os jovens de Coimbra têm interesse ou não na vida politica deste país.
Pelos resultados finais deste estudo verifica-se um enorme desinteresse dos jovens pela política e pelo seu quotidiano, facto esse que não surpreenderá ninguém ou terá efeito inverso junto de poucos.
Em primeiro lugar basta estar atentas às últimas três décadas em que a democracia chegou a sério a todos os cantos de Portugal, para se verificar um processo que ao invés de ser pacífico e gradual, foi desconcertante e algo instável, pois em 30 anos já se contam dezassete governos e na altura em que escrevo estas palavras caminhamos para o décimo oitavo. Mas a esta imaturidade ou instabilidade do regime democrático, não se pode atribuir toda a culpa, pois existem outros factores a contribuírem para o crescente desprezo pela política.
A começar em Portugal e após o 25 de Abril os senhores que quiseram e tudo fizeram para serem chamados de políticos distorceram o verdadeiro significado do termo político, pois em trinta anos e bastantes políticos depois, muito poucos foram-no a sério.
Na política pretendem-se 2 coisas: competência e sentido de altruísmo, pois ser politico é antes de mais ter preocupação com os outros e como em qualquer actividade a competência é um factor determinante e necessário e a vermos bem não é bem essa a realidade politica no nosso país, que a cada dia que passa é vitima do desemprego, fome falta de infra-estruturas (menos estádios de futebol) e tudo isto culpa de quem?
Estes problemas devem-se a vários factores entre os quais uma fraca noção do que é o verdadeiramente importante e prioritário, pois não é com mais e melhores estádios de futebol que eu tenho melhor qualidade de vida, além de outro factor que têm a ver com o comportamento de fantoches dos nossos homens da política em prol de interesses partido-económicos, atitude essa, que vai contra qualquer sentido racional que o termo politica possa implicar.
Mas isto é uma apresentação de parte da culpa e dos culpados desta situação de indiferença dos nossos jovens pela política, pois eles próprios é em parte culpados.
Eles também são incluídos no saco da culpa por uma única razão que engloba muitas outras ou seja sendo eles o futuro do nosso país eles mais do que ninguém têm a obrigação de estar atentos ao que se passa à sua volta nomeadamente no que diz respeito ao quotidiano politico que acaba por ser um indicador do seu futuro, mas infelizmente não é assim que ele é visto, para mal de quase todos, pois creio que a haver outro interesse provavelmente a expressão “ o povo é quem mais ordena” teria ainda o mesmo sentido, significado e entusiasmo que teve na altura do 25 de Abril.
Por isso julgo ser necessária uma revolução urgente, de ideias pensamentos e ideologias, que trouxesse o poder de volta ao povo pois na verdadeira democracia bem como no verdadeiro sentido do termo política é ele o principal actor.

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