domingo, dezembro 04, 2005

Não se contraria o vento

Quando o vento sopra forte com rajadas a chaminé da minha cozinha emite um uivo rouco. É o que está a fazer agora, às 23:40 da noite, com a tempestade que se abateu na minha cidadezinha.Eu queria escrever um texto cómico mas assim é difícil. Comi demasiado depressa. O som dos talheres no prato angustia-me quando estou sozinho e como demasiado depressa. Acho ridículo fazer aquele ritual de preparar uma refeição jeitosa, pôr a mesa e ver o telejornal, quando estou sozinho em casa.Lá está a chaminé VUuu VuUuuu VUuu... Às vezes dá-me para falar com ela:Qui est le plus beau garçon du monde?Vuu vuuu vuuu Moi moi moi? Ena pá, obrigado chaminé.É patético eu sei. Esta tempestade está usar as chaminés do meu bairro como um pan pipe gigante. Claro que aqui não consigo ouvir tudo, só oiço esta nota. Vuu Vuu. Sei de uma pessoa cuja chaminé soa como um didgeridoo arborígene australiano. Nem há caracteres que reproduzam o som de um didgeridoo por isso não vou tentar fazer a onomatopeia correcta.Esse meu amigo diz que gosta muito do som porque o ajuda a concentrar para ler. É um desses leitores das selecções do readers didgerido.

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